Brasileira quer crescer no mercado dominado pelas estrangeiras. Biolab investe em P,D&I cerca de 7% do faturamento, que deve chegar a R$ 610 milhões em 2010
Aproveitando a maior demanda dos brasileiros por tratamentos de saúde- no embalo do aumento da renda - uma empresa nacional quer crescer em um setor dominado pelos estrangeiros. A Biolab aposta no segmento de "dermocosméticos", como têm sido chamados os cosméticos com valor terapêutico.
São itens como cremes de hidratação profunda, filtros solares com alto fator de proteção e loções que prometem o clareamento da pele. Esses produtos representam um mercado doméstico de R$ 2,9 bilhões, cuja maior fatia (63%) pertence a estrangeiras, como as francesas Vichy e La Roche Posay.
"Acreditamos no potencial do setor. O dermatologista passou a ser mais visitado pelos brasileiros", diz Cleiton de Castro Marques, presidente da Biolab. Segundo o executivo, os itens fabricados localmente são de 30% a 40% mais baratos para o consumidor. E esse não seria o único atrativo. "Os produtos domésticos são mais adequados à pele brasileira", diz.
A Biolab investe, em pesquisas, 7% do faturamento, que deve chegar a R$ 610 milhões em 2010. Entre estudos envolvendo medicamentos (negócio principal) e dermocosméticos, a empresa tem 35 moléculas em desenvolvimento. "O plano é dobrar o faturamento até 2014", diz Marques.
Anvisa
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não tem uma categoria específica para dermocosméticos, mas informou que "produtos com finalidade ou valor terapêutico não são aceitos como cosméticos".
Flávia Addor, vice-presidente da regional de São Paulo da Sociedade Brasileira de Dermatologia, diz que o uso dos "dermocosméticos" começou a se intensificar na década de 1990. Hoje, segundo ela, cerca de 40% das prescrições dos dermatologistas de clínica particular contemplam os produtos.
Mas Addor faz uma ressalva: é preciso avaliar a real necessidade do uso dos dermocosméticos. "Eles são mais caros e a relação custo-benefício também conta."
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