Com o registro de três novas mortes pelo coronavírus Mers (sigla para
Síndrome Respiratória Coronavírus do Oriente Médio) na Arábia Saudita,
sobe para 30 o número de óbitos em todo o mundo pela doença, informou a
Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira (31).
"A Arábia Saudita nos notificou na quinta-feira (30) sobre três novas
mortes ligadas ao coronavírus", declarou à imprensa o porta-voz da OMS
Glenn Thomas.
As três vítimas eram pacientes já diagnosticados com a doença,
informou. Além disso, "um novo caso foi alertado", também na Arábia
Saudita, o que eleva para 50 o número de pessoas infectadas em todo o
mundo.
Novo coronavírus visto ao microscópio (Foto: AFP) |
No registro anterior, divulgado na quarta-feira (29), a OMS havia
registrado 49 casos confirmados em laboratório desde setembro do ano
passado, com 27 mortes.
Esse vírus é semelhante ao da Sars (Síndrome Respiratória Aguda Severa)
– que começou na China há dez anos e causou a morte de mais de 800
pessoas em todo o mundo –, mas se diferencia dele por causar
insuficiência renal rápida.
A maioria dos casos foi identificada na Árabia Saudita, e também há
outros no Qatar, na Jordânia, na Tunísia, nos Emirados Árabes Unidos, na
Alemanha, na Grã-Bretanha e na França.
A OMS ainda não sabe qual é a fonte do vírus. Nos próximos dias, a
organização pretende enviar duas equipes – uma para a Arábia Saudita e
outra para a Tunísia – para investigar melhor essa nova doença.
'Ameaça para o mundo inteiro'
Esta semana, a secretária-geral da OMS, Margaret Chan, anunciou que o novo vírus representa uma "ameaça para o mundo inteiro".
Esta semana, a secretária-geral da OMS, Margaret Chan, anunciou que o novo vírus representa uma "ameaça para o mundo inteiro".
O anúncio vem 16 anos após Margaret ter subestimado os riscos da
epidemia de gripe aviária (H5N1) em Hong Kong, em 1997. Na época da
declaração, quando o surto ainda estava no começo, ela disse para as
pessoas não terem medo e chegou a insinuar que comeria carne de frango
naquela noite.
Tempos depois, a secretária percebeu a gravidade da doença e incentivou
o abate de milhões de aves para interromper as transmissões e evitar um
problema maior de saúde pública.
Entre 2002 e 2003, Margaret também atuou nos casos da Sars. Agora, o
objetivo é preparar a população para o que pode vir pela frente, o que
inclui fazer um alarde excessivo. Esse exagero pode ter um efeito
benéfico, ao chamar a atenção do mundo para esse novo vírus e, talvez,
aumentar as chances de controlá-lo.
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