A revista Mente e Cérebro, da Duetto Editorial, traz na edição de março o
"Especial Maconha" que revela os novos estudos que comprovam as
propriedades medicinais da Cannabis sativa, além da 'onda'
norte-americana de legalização e a desmitificação em torno de possíveis
transtornos. Há décadas, a maconha vem sendo estudada por pesquisadores
de diversos países.
Várias são as verdades e os boatos sobre a planta, a começar pela ampla repercussão de pesquisas que sugerem relações entre uso da droga e desencadeamento de sintomas psicóticos, como a esquizofrenia. Segundo a publicação, na última década periódicos publicaram resultados que não apenas desmitificam a maioria dos temores a respeito da maconha como mostram que alguns de seus psicoativos podem ser aproveitados pela medicina.
A maconha para o bem
Está comprovado que a maconha pode trazer vários benefícios. A administração de Cannabis sativa em pacientes com glaucoma ajuda a reduzir a pressão ocular que pode levar à perda de visão. Também auxilia no alívio da dor crônica, combate náuseas e vômitos em pacientes que enfrentam quimioterapia contra o câncer e ajuda a estimular o apetite em pessoas que têm o vírus HIV.
Alguns países já regularizaram seu uso, principalmente com fins terapêuticos. Nos Estados Unidos, o uso medicinal já é permitido em 18 estados e no distrito de Columbia, e mais alguns consideram mudar a legislação. No fim de 2012 os estados de Colorado e Washington legalizaram o porte de pequenas quantidades de maconha (até 28 gramas) e o cultivo para consumo próprio.
No ano passado, o país vizinho do Brasil, o Uruguai, anunciou um plano de legalização da maconha, com controle estatal da produção, da distribuição e da venda da planta, além de autorizar o cultivo para uso pessoal. Essas medidas têm o objetivo de combater o narcotráfico na região, diminuir os índices de violência e funcionar como estratégia de redução de danos, isto é, usar o comércio regulamentado de maconha para evitar o consumo de drogas ilícitas potencialmente mais nocivas. Para isso, o projeto de lei que está em trâmite no parlamento uruguaio prevê a criação do Instituto Nacional da Cannabis (INCA) para atuar como órgão regulador.
Polêmicas da erva
Outra questão polêmica é o falso lugar-comum de que a maconha é uma 'porta de entrada' para outras drogas. Muitos estudos mostram que a maioria das pessoas que utiliza outras drogas ilícitas também já usou maconha. No entanto, a maioria esmagadora de usuários de drogas como cocaína e crack afirma que a primeira substância que experimentou não foi maconha, mas bebida alcoólica ou cigarro de tabaco.
Vicia ou não vicia?
Segundo o "Especial Maconha" da revista Mente e Cérebro, 1,5 milhão de pessoas usa Cannabis diariamente no Brasil. Os dados são do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (Inpad), divulgado em 2012. Porém, essas pessoas são dependentes? Na bíblia da saúde mental, o Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM), o diagnóstico de dependência da Cannabis sativa requer que uma pessoa atenda ao menos três de sete critérios. Uma quantidade significativa de estudos revela que a porcentagem de usuários de fato dependentes é baixa.
Riscos da Cannabis
Em janeiro, o The Journal of the American Medical Association (JAMA) publicou um estudo feito com mais de 5 mil homens e mulheres dos Estados Unidos, que investigou o impacto do uso da maconha por 20 anos sobre o sistema respiratório. Os resultados revelaram que o consumo moderado de cigarros de Cannabis (um por dia por até sete anos) não prejudica a função pulmonar – ao contrário do tabaco, que, nessa mesma quantidade, tem consequências adversas significativas. Surpreendentemente, o uso ocasional da planta foi associado à melhora da função pulmonar. Porém, o consumo regular por longos períodos (mais de dez anos de uso diário) foi relacionado a um ligeiro declínio da capacidade dos pulmões.
Maconha é ilegal
No contexto sociopolítico atual, a maconha é ilegal na maioria dos países, logo é necessário ter consciência de que, até que as leis sejam revistas, seu comércio estará atrelado à violência intrínseca ao sistema de tráfico de drogas, que impacta toda a sociedade.
Várias são as verdades e os boatos sobre a planta, a começar pela ampla repercussão de pesquisas que sugerem relações entre uso da droga e desencadeamento de sintomas psicóticos, como a esquizofrenia. Segundo a publicação, na última década periódicos publicaram resultados que não apenas desmitificam a maioria dos temores a respeito da maconha como mostram que alguns de seus psicoativos podem ser aproveitados pela medicina.
A maconha para o bem
Está comprovado que a maconha pode trazer vários benefícios. A administração de Cannabis sativa em pacientes com glaucoma ajuda a reduzir a pressão ocular que pode levar à perda de visão. Também auxilia no alívio da dor crônica, combate náuseas e vômitos em pacientes que enfrentam quimioterapia contra o câncer e ajuda a estimular o apetite em pessoas que têm o vírus HIV.
Alguns países já regularizaram seu uso, principalmente com fins terapêuticos. Nos Estados Unidos, o uso medicinal já é permitido em 18 estados e no distrito de Columbia, e mais alguns consideram mudar a legislação. No fim de 2012 os estados de Colorado e Washington legalizaram o porte de pequenas quantidades de maconha (até 28 gramas) e o cultivo para consumo próprio.
No ano passado, o país vizinho do Brasil, o Uruguai, anunciou um plano de legalização da maconha, com controle estatal da produção, da distribuição e da venda da planta, além de autorizar o cultivo para uso pessoal. Essas medidas têm o objetivo de combater o narcotráfico na região, diminuir os índices de violência e funcionar como estratégia de redução de danos, isto é, usar o comércio regulamentado de maconha para evitar o consumo de drogas ilícitas potencialmente mais nocivas. Para isso, o projeto de lei que está em trâmite no parlamento uruguaio prevê a criação do Instituto Nacional da Cannabis (INCA) para atuar como órgão regulador.
Polêmicas da erva
Outra questão polêmica é o falso lugar-comum de que a maconha é uma 'porta de entrada' para outras drogas. Muitos estudos mostram que a maioria das pessoas que utiliza outras drogas ilícitas também já usou maconha. No entanto, a maioria esmagadora de usuários de drogas como cocaína e crack afirma que a primeira substância que experimentou não foi maconha, mas bebida alcoólica ou cigarro de tabaco.
Vicia ou não vicia?
Segundo o "Especial Maconha" da revista Mente e Cérebro, 1,5 milhão de pessoas usa Cannabis diariamente no Brasil. Os dados são do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (Inpad), divulgado em 2012. Porém, essas pessoas são dependentes? Na bíblia da saúde mental, o Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM), o diagnóstico de dependência da Cannabis sativa requer que uma pessoa atenda ao menos três de sete critérios. Uma quantidade significativa de estudos revela que a porcentagem de usuários de fato dependentes é baixa.
Riscos da Cannabis
Em janeiro, o The Journal of the American Medical Association (JAMA) publicou um estudo feito com mais de 5 mil homens e mulheres dos Estados Unidos, que investigou o impacto do uso da maconha por 20 anos sobre o sistema respiratório. Os resultados revelaram que o consumo moderado de cigarros de Cannabis (um por dia por até sete anos) não prejudica a função pulmonar – ao contrário do tabaco, que, nessa mesma quantidade, tem consequências adversas significativas. Surpreendentemente, o uso ocasional da planta foi associado à melhora da função pulmonar. Porém, o consumo regular por longos períodos (mais de dez anos de uso diário) foi relacionado a um ligeiro declínio da capacidade dos pulmões.
Maconha é ilegal
No contexto sociopolítico atual, a maconha é ilegal na maioria dos países, logo é necessário ter consciência de que, até que as leis sejam revistas, seu comércio estará atrelado à violência intrínseca ao sistema de tráfico de drogas, que impacta toda a sociedade.
Fonte: Revista Mente & Cerebro / Zero Hora
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